Como fazer a política ambiental acontecer na prática? O que o pneu pode causar ao meio ambiente e para as pessoas? Qual o destino correto para os pneus inservíveis? Como transformar o desafio dos resíduos em negócios lucrativos? Leia aqui.
José Eraldo Oliveira Costa, conta como resolveu o problema com os pneus inservíveis em seu município
Em Juazeiro do Norte, CE, um ambientalista de nascença, luta há anos para revolucionar o setor de resíduos sólidos. Experiente na política e determinado a “limpar o mundo”, Eraldo junta seus conhecimentos e projeta soluções sustentáveis. Mostra na prática as mais diversas formas de resolver os problemas com resíduos sólidos.
José Eraldo Oliveira Costa, vem de uma caminhada de mais de 25 anos, sempre envolvido nas causas ambientais. Foi vereador, funcionário do Ibama e sem dúvidas, é um estudante inveterado.
Dono de uma coragem e determinação incomuns. Eraldo Oliveira é daqueles que assume a responsabilidade de resolver problemas e realiza o que acredita com maestria. Acompanhe aqui as peripécias deste cearense, Asteroide da Sustentabilidade.
Como enfrentei o problema do descarte de pneus inservíveis na minha cidade
Graduado em fonoaudiologia e especializado em muitas áreas, Eraldo Oliveira sempre empregou seus conhecimentos na luta pelo meio ambiente. Determinado, consegue inverter agentes poluentes em soluções sustentáveis.
Tem a habilidade de transformar os impactos socioambientais negativos, em visão positivas de progresso sustentável. Dono de um longo currículo, Eraldo que trabalhou em importantes órgãos públicos, hoje é Gestor Ambiental.
“Tive o prazer de passar por um órgão muito importante que é o Ibama. Fiquei cinco anos no Ibama. O Brasil deve muito a este Instituto. Meu aprendizado na área ambiental vem mesmo antes de entrar no Ibama, mas aprendi muito lá. Nossas ações nesse Instituto, teve grande repercussão e críticas de incompreensão por parte do poder público
Aqui na minha região o Ibama é responsável por 32 municípios. Eu praticamente iniciei o processo de notificação dos prefeitos no que diz respeito à aplicação da legislação. Então distribuímos multas que geraram processos cíveis, criminais e administrativos.
Ao passo que o Ministério Público tomou conta, isto há 15 anos. A partir disso, nós tivemos um avanço. Apesar da lentidão, o avanço foi extraordinário no gerenciamento de resíduos sólidos e saneamento de um modo geral.” Ressalta, José Eraldo Oliveira Costa.
“Depois tive a oportunidade de ser Secretário de Meio Ambiente de Juazeiro do Norte, 260 mil habitantes, região do Cariri. Uma cidade que vem poluindo muito. Contudo, de todos os problemas, um dos principais que a gente enfrentou aqui, é com resíduos sólidos”. Expõe.
Como fazer a política ambiental acontecer na prática?
“Há cerca de 20 anos a gente já levanta essa questão dos resíduos sólidos. Eu lamento muito que desde aquela época a gente tenha evoluído em termos de concepção. Mas em termos de administração pública, dada a mudança de prefeitos, é praticamente um passo para trás. Tem que começar tudo de novo.” Lamenta José Eraldo.
“Enquanto na europa se fala na política do NÃO ATERRO, aqui se fala na política de postergar o prazo de acabar com os lixões. No Brasil como um todo, está se discutindo prorrogar o prazo dos lixões, isto é uma vergonha nacional!” Indigna-se o gestor.
“Na minha caminhada, quando deixei de ser fiscalizador, passei a ser gestor. Então eu passei a executar na prática minha ideologia, com ações de impacto. Com embates junto à administração pública, conseguimos criar uma Autarquia de Meio Ambiente, passamos a ter então, um poderoso instrumento.
A partir daí, começamos traçar uma política ambiental com foco na política de resíduos sólidos. Por isso, fundamos uma entidade que juntou secretários e ex-secretários de meio ambiente do Ceará, e também gestores.
Conseguimos formar um quadro de pessoas altamente especializadas. Garimpamos funcionários, criando um quadro de profissionais permanentes para que nossas ações fossem contempladas dentro da gestão pública”. Comemora Eraldo.
“Passamos então a oferecer aos municípios soluções que a gente conseguiu implementar com os ensinamentos que Gleysson tem nos passado. Só assim conseguimos avançar.”
“Gleysson e o Virapuru são testemunhas do que fizemos para dar fim ao lixão da cidade. Primeiro passamos de lixão para aterro controlado, depois, atraímos dois aterros privados. Mas tínhamos um problema muito sério com pneus.” Confessa Eraldo Oliveira
O que pneus podem causar no meio ambiente e para as pessoas?
Eraldo explica que, “pneus inservíveis descartados de forma incorreta, contribuem com entupimento de rios e esgotos, causando inundações e poluição. Bem como, tornam-se também, criadouros de insetos, como o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, da chikungunya e zika vírus.
Estávamos com um problema muito grande com a infectação por esses três vírus. Além de ocuparem um espaço enorme no aterro, também não havia uma destinação final correta para os pneumáticos. A maioria das pessoas acabam descartando em rios, terrenos baldios, ou até queimam. Isto gera problemas gravíssimos e de todas as ordens,” relata
“Começamos então um trabalho de notificar borracharias, a lei dizia que eu tinha que ir também pra cima dos fabricantes. Então onde tinha representante dos fabricantes eu contactei cobrando a responsabilidade da coleta. Convocamos várias reuniões com todos do setor aqui do nosso município.
Avisamos que precisavam organizar a coleta dos pneus inservíveis, pois é responsabilidade legal dos fabricantes e distribuidores. A prefeitura, por sua vez, abriria um ecoponto para receber os pneus. A coleta e entrega deveria ser realizada por eles, os grandes geradores, ou seriam multados, conforme a lei . Houve uma incompreensão generalizada.” Lamenta.
“Não havia, até então, nenhum tipo de coleta organizada para pneus inservíveis. Organizou-se uma empresa que hoje, acredito, atua em todo território nacional. Juntamente com o município, fizeram uma parceria e implantamos a logística reversa.
A parceria funcionava assim: O município cria e se responsabiliza pelo ponto de coleta onde recebe os pneus; As empresas geradoras -fabricantes e distribuidores- recolhem estes pneus inservíveis e enviam para a recicladora; Esta por sua vez dá destinação correta.” Explica Eraldo Oliveira.
Ecoponto em Juazeiro do norte, mais de 32 toneladas de pneus inservíveis coletados
“A partir daí começamos a informar e notificar os estabelecimentos que trabalhavam com venda, manutenção e substituição de pneus.
Com a implantação desta ação, a população começou a perceber que o problema da proliferação das doenças, era deles também. Então se uma mulher grávida passasse e visse um pneu em um terreno baldio, já denunciava. Isso facilitou muito o processo de retirada dos pneus inservíveis jogados em qualquer lugar. ” Esclarece o ambientalista.
“Proibimos também o envio dos pneus para o aterro controlado, tudo passou a ser recebido no ecoponto.Por isso, o projeto ganhou dimensão tão grande, que em pouco tempo passamos a receber os pneumáticos das 32 cidades vizinhas.
Imaginem o volume de tudo isso! Por exemplo, Juazeiro do Norte, despacha por semana, dois caminhões cegonhas, carregados de pneus inservíveis.
Estes pneumáticos são levados para Feira de Santana, São Sebastião do Passé (Bahia), e São Paulo. As empresas geradoras fizeram uma associação e pagam o frete, para levar até as empresas recicladoras. Esta ação é ativa até hoje, a ponto que mesmo que tentem acabar com a coleta, o povo não deixa.” Conta Eraldo.
Qual o destino correto para os pneus inservíveis?
Os pneus inservíveis, podem ser reaproveitados em sua totalidade! Logo, além da economia dos recursos naturais utilizados na fabricação dos mesmos, petróleo, aço e borracha. Por isso, a reciclagem os transforma em uma infinidade de novos produtos. Por exemplo, asfalto ecológico, pisos industriais, quadras poliesportivas, tapetes automotivos, solados para calçados, combustível para caldeiras, entre outros.
“A gente sabe que tem políticas para isso, que tem alternativas. Porém, com minha experiência, vejo que a maior parte da classe política dificulta por não entender ou não querer.
Por isso, eu sempre vou repetir, a gente tem nas administrações três tipos de gestores: Tem um que não entende mais recorre a pessoas competentes e aí deixa fazer. Tem outros que entendem e vão lá e fazem. O terceiro, não entende, não faz e ainda atrapalha quem quer fazer penalizando a população com a falta de atitude.
Faltam concepções de compromisso! Nós temos a Política Nacional de Resíduos Sólidos que passou 20 anos sendo discutida no congresso. É preciso ter vontade política e sobretudo, pessoas comprometidas, gestores com perfil de gestores.” Afirma Eraldo.
Empreendedor compulsivo, Eraldo Oliveira analisou o gasto das empresas geradoras com o pagamento dos fretes, como o homem não para… Seu novo projeto é criar um parque de indústrias recicladoras para Juazeiro do Norte! Quem segura este rapaz?
“Pensei: Porque estas indústrias não se estabelecem aqui? Afinal, receber na fonte os resíduos, se torna bem mais barato, além de gerar empregos para o município! Já estamos com este projeto encaminhado, um parque industrial de empresas recicladoras.
Como aprendi com Gleysson, passei a gerar negócios através do lixo. As possibilidades são imensas, pois, para cada tipo de resíduo produzido, existem pelo menos dez soluções diferentes e todas sustentáveis”. Enfatiza Eraldo.
Como transformar o desafio dos resíduos em negócios lucrativos?
“Existe uma imensidão de oportunidades de negócios para pessoas que queiram inovar para cumprir o que está na legislação. Sobretudo o Brasil, que tem uma das legislações mais avançadas do mundo! É possível gerar um comércio, gerar renda, gerar negócios, gerar empreendimentos nessa área. Porém, infelizmente este processo ainda está engatinhando no Brasil. Tá indo muito lento! Não sei se é porque eu sou muito apressado.” Pondera José Eraldo.
“O desafio hoje, é trazer a sociedade, a iniciativa privada e o poder público entrelaçados. Porque promover sustentabilidade é uma política coletiva, não é política individual.
Primeiramente, temos de um lado, uma indústria que polui e não tem preocupação ambiental. Do outro lado, temos uma indústria poderosíssima geradora de empregos, renda e lucro reciclando os resíduos da indústria poluidora. Precisamos então unificar este processo. O mundo tem jeito sim! Mas todos devem estar envolvidos,” Conclui o ambientalista José Eraldo Oliveira Costa, Cometa da Sustentabilidade da Comunidade Virapuru.
A PNRS, Política Nacional de Resíduos Sólidos, determina que para cada quatro pneus vendidos, cinco (pneus inservíveis) devem ter o descarte correto. Porém, segundo a ANIP, associação nacional da indústria de pneumáticos, mais de 56 milhões de pneus são vendidos no Brasil. Destes, apenas 27 milhões são destinados da forma correta, conforme rege a Lei 12305/2010.
Assista a entrevista completa aqui
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Compreendendo o problema e conhecendo o mercado, conseguiu entrelaçar políticas públicas, sociedade e iniciativa privada para ações conjuntas. Assim, Eraldo realiza a verdadeira Revolução da Sustentabilidade! Você se viu, na história de José Eraldo Oliveira Costa? Também sonha em construir um mundo limpo e melhor? Quer empreender negócios lucrativos e sustentáveis? Então, junte-se aos Cometas da Sustentabilidade do Virapuru Training Center e entre em ação!
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